Leituras temáticas recomendadas

E-Learning: Expectativas e Perigos

A educação a distância tem por finalidade eliminar ou minorar as barreiras espácio-temporais. Surge como uma oportunidade para quem se encontra separado em espaço e no tempo ou em ambos simultaneamente, abrindo uma oportunidade de educação a quem não tem possibilidade de se deslocar a um determinado local geográfico, pelo recurso às tecnologias de informação e comunicação e à Internet.

O e-leaning é uma das gerações da educação a distância que revolucionaram essa forma de educação, segundo Oliveira (2004:68) é a partir da reunião do Concelho Europeu de Ministros de 2000 (Lisboa) que a expressão e-Learning ganha uma importância política e passa a ser incontornável. O e-Learning tem vindo a ser apresentado como educação a distância: a solução para todas as ineficiências da educação. Contudo, o termo não é consensual e é ambíguo, segundo Gomes (2005), “O conceito de e-learning que defendemos e ao qual nos reportamos, engloba elementos de inovação e distinção em relação a outras modalidades de utilização das tecnologias na educação e apresenta um potencial acrescido em relação a essas mesmas modalidades.” (…) “Excluímos assim as definições que, com base no “e”, defendem que qualquer utilização de tecnologias para apoiar a aprendizagem é “e-learning”.

Neste sentido, é importante repensar as expectativas e nos perigos que o e-learning poderá transmitir no processo de aprendizagem das crianças, dos adolescentes e dos jovens adultos. Esta “revolução” tecnológica é mais sentida na sala de aula tradicional transmitindo uma ideia de plena fé nas capacidades da tecnologia para transformar a comunicação e interacção entre os seres humanos.
Posto isto, várias análises são realizadas em redor dos públicos-alvo que usufruem desta ferramenta. A Alliance for Childhood concluiu que os efeitos não são positivos, no que respeita à utilização dos computadores, por parte das crianças, reforçando a ideia que a exposição prolongada a ambientes informáticos pode gerar indivíduos incapazes de lidar com a confusão da realidade, afectando o seu desenvolvimento físico e psicológico, tornando-os mais alheados das suas responsabilidades como membro da comunidade e do seu empenho social. O que importa reter com estas constatações, é que ao sobrevalorizarmos a tecnologia, colocando-a num pedestal e apostando nela para resolver os problemas educativos e sociais, poderemos não estar a dar a atenção necessária aos reais problemas que as escolas e as comunidades atravessam, tornando-se importante a renovação da educação através da atenção individual de bons professores e pais activos, sempre apoiados pela comunidade.
O impacto do e-learning no ensino superior foi ainda mais notório, muitas universidades têm formações completas e incompletas online, existindo já licenciaturas completas totalmente online (como é exemplo a Universidade Aberta).
Esta forma de ensino exige das universidades uma postura diferente em relação à sua sustentabilidade que, desta forma, se veêm obrigadas a recorrer a outro tipo de financiamentos para conseguirem manter-se...abrem-se, assim, a investimentos de empresas, por isto se fala em “universidade modelada pelo mercado”, uma vez que a educação fica cada vez mais à mercê do mercado económico, sentindo uma crescente necessidade de o “servir” e acompanhar para sobreviver!!
Os defensores do ensino a distância consideram que este tipo de ensino é quase equivalente ao ensino tradicional, facultando ao estudante um ensino mais conveniente e mais flexível, com um maior controlo das aprendizagens pelo aprendente.

No outro lado da balança, críticos alertam: o ensino à distância nunca poderá substituir a experiência social da sala de aula, uma grande percentagem de professores defendem que os cursos online deveriam ser um complemento mais do que um substituto aos cursos tradicionais.

Impõe-se então uma questão: “É a educação somente uma forma de transferência de informação? (‘transferência bancária’ como Paulo Freire a designou) ou a educação é fundamentalmente acerca da relação entre pessoas? Pode a interacção mediada por computadores substituir a interacção/experiência humana que é o cerne da aprendizagem?”

Na nossa opinião, os cursos online não devem constituir um substituto ao ensino tradicional, pois a êxperiencia humana é uma das bases da aprendizagem. Estes cursos poderão, sim, representar um complemento ao ensino tradicional para que os alunos possam ter mais flexibilidade nas suas aprendizagens.


Referência BibliograficaROSS, E. Wayne (2006). As Expectativas e os Perigos do E-Learning. In PARASKEVA, João OLIVEIRA, Lia (org.) Currículo e Tecnologia Educativa. Volume I. Mangualde: Edições Pedago, pp. 19-32.

Read Users' Comments (0)

Multiliteracias e Identidade

Carla Gomes

Sinopse: Este pretende ser o resultado de uma reflexão sobre mim mesma, que procurei transmitir neste pequeno vídeo. Esta foi uma oportunidade de realizar um vídeo identitário que me permitiu, numa primeira instância, ter contacto com uma ferramenta informática com a qual nunca tinha trabalhado, e, por outro lado, também representou um desafio na medida em que nunca me tinha defrontado com a dificuldade de transmitir aos outros quem sou em apenas um minuto... espero que esteja à altura deste desafio e que gostem!!!



      

Aspectos positivos: Com este trabalho tive a oportunidade de superar um novo desafio, no que toca à ferramenta informática que utilizei para a realização do mesmo, uma vez que foi a primeira vez que tive contacto com esta. Penso que foi bastante interessante pois pus à prova algumas das minhas capacidades, por isso, considero uma aposta ganha!

 
Aspectos negativos: Penso que a principal dificuldade que senti na realização deste vídeo foi o facto de ter apenas um minuto para transmitir aquilo que represento e como me vejo como pessoa (apresentação, gostos, hobbies……). Por outro lado, uma vez que a filmagem foi efectuada com uma câmara fotográfica, tive de ter cuidados redobrados ao tratar o som para que ficasse perceptível, aspecto que exigiu alguma atenção.

 
Reflexão crítica: Com a realização deste video identitário considero ter aprendido bastante, no que respeita à execução do vídeo e também à reflexão que foi necessário fazer antes de o realizar. Foi uma boa oportunidade de exprimentar uma ferramenta que não conhecia e, por outro lado, foi interessante reflectir na forma como me vejo/sinto e como o devo transmitir aos outros...Tornou-se uma experiência bastante positiva!


Cláudia Mota

Sinopse: Este vídeo representa um minuto da minha vida: as minhas características principais, as pessoas que fazem parte da minha vida e que eu valorizo, os passatempos que me fazem sentir bem, os lugares que eu gosto, os acontecimentos importantes, nomeadamente no meu percurso académico…enfim…é um misto de emoções e sentimentos, num só minuto!




    

Aspectos positivos: Explorar e melhorar técnicas relacionadas com o uso da câmara e dos programas informáticos relacionados com a construção do vídeo; hipótese de atenuar a timidez de estar em frente a uma câmara.

Aspectos negativos: Dificuldade em gerir o tempo na gravação; sensação que muito ficou por dizer, tendo em conta o tempo ter sido muito reduzido.
Reflexão crítica: É importante, através destas actividades, desenvolver capacidades relacionadas com a tecnologia e com o uso de uma câmara de filmar ou fotográfica (como foi o caso), aperfeiçoando as técnicas próprias. O desenvolvimento de um vídeo identitário permitiu dar-me a conhecer melhor aos outros e vice-versa, acabando por ser uma forma de comunicação e interacção entre a turma. Desta forma, poderá tornar-se uma ferramenta útil para o desenvolvimento futuro de actividades que tenham como finalidade criar contextos educativos/formativos, daí ser um grande potencial a ser utilizado por mim, enquanto educadora.


Eduarda Silva

Sinopse:O vídeo “A minha herança num minuto” retrata, em breves linhas, um percurso pela freguesia de Taíde, a terra onde moro. Este nasce com a oportunidade de realização de um vídeo identitário no âmbito da unidade curricular Aprendizagem e Comunicação em Rede e, pretende transmitir o sentido com que percepciono a minha herança cultural. Durante um minuto são apresentados diferentes locais do património cultural e natural desta freguesia, bem como pequenos dados característicos dos locais mais relevantes, que pretendem dar uma visão geral das suas características mais próprias. No final é apresentada uma vista total do concelho da Póvoa de Lanhoso, que representa a sua beleza natural deste território.


       

Aspectos Positivos
Esta oportunidade de criar um vídeo, que surgiu pela proposta da docente da unidade curricular, foi importante no sentido de recordar os meus conhecimentos sobre as novas ferramentas de informação e tecnologia. O trabalho em programas específicos de realização/produção de produtos com fins comunicacionais são, para mim, muito fascinantes e até um vício. O Movie Maker é um programa de fácil acesso e utilização, desta forma, deixa espaço para uma criação mais dinâmica. Ou seja, como não há preocupação em não conseguir chegar ao ponto pretendido pela dificuldade em administrar as tecnologias, abre um maior espaço à criatividade. Ressalto, ainda, um factor muito positivo na realização deste filme, que foi a possibilidade de conjugar o trabalho sobre o vídeo a um passeio pela freguesia e pelo concelho.

Aspectos negativos
Na minha opinião, não há muito que eu possa salientar como aspecto negativo. Existe apenas uma limitação que eu quero sublinhar, nomeadamente, o facto de o vídeo ter apenas um minuto. Esta foi sem qualquer dúvida a maior dificuldade com que me deparei, seleccionar as imagens certas com o texto adequado e cumprir esses dois pontos essenciais nesse determinado período do tempo foi uma verdadeira ginástica e, ainda assim, ultrapassei essa indicação.

Reflexão Crítica
O vídeo identitário representou uma oportunidade de recordar e desenvolver as minhas competências ao nível da ferramenta Movie Maker e das tecnologias da informação e comunicação. Para mim, a realização de tudo que envolve o planeamento e a execução de um filme capta a minha atenção. É no pormenor de cada imagem, som e texto que se constrói a magnitude do filme e, por isso, tudo tem de ser planeado antes de partir para a acção. Apesar de não ser a primeira vez que trabalho com este programa, nunca tinha perspectivado a construção de um vídeo através do guião, do planeamento minuciosamente. Constato perante esta reflexão que esta experiência foi positiva, aprendi algo novo e diverti-me a fazê-lo, por estas razões, é uma experiência a repetir.

Read Users' Comments (0)

Comunicação em Rede

Existem duas formas de serviços de comunicação que permitem que a Educação a Distância seja possível, nomeadamente, comunicação assíncrona e comunicação síncrona. 
Na comunicação assíncrona há um desfasamento temporal entre o momento em que se recebe e aquele em que é enviado. Exemplos de serviços de comunicação assíncrona:
  • Correio Electrónico;
  • Fóruns ou Quadros de Discussão.
No caso do correio electrónico, via-email, é possível uma preparação prévia do conteúdo que vamos enviar, temos sempre a hipótese de pensar bem no que vamos dizer na mensagem antes do clic para enviar. Este têm ainda como uma das principais vantagens, poder enviar não só para um, como para vários utilizadores e o conteúdo da mensagem pode ser o mais variado, sendo sempre privado. Nos fóruns podem-se desenvolver a discussão de temas ou textos, sendo este um importante espaço de contacto social entre todos os participantes. Em relação ao quadro de discussão este é uma essencial ferramenta do modelo e-learning, permitindo a realização das actividades de estudo, permite a possibilidade de reflexão e investigação antes de fazermos o envio da mensagem. Funciona como um repositório de tudo o que foi feito ao longo da formação/aula. Na comunicação síncrona, há uma comunicação directa no mesmo espaço de tempo, não existe o desfasamento temporal, como na comunicação assíncrona. Exemplos de serviços de comunicação síncrona:
  • Serviços de comunicação on-line (chats, mensseger, etc.)
  • VoIP;
  • Áudio ou videoconfêrencia;
  • Partilha de aplicações;
  • Partilha de quadros brancos.
A comunicação síncrona por texto favorecem as intervenções espontâneas dos utilizadores e dos utilizadores que apresentam maior destreza a utilizar o teclado. Quanto a comunicação é direccionada para pequenos grupos pode-se originar um espaço muito rico em termos de trocas de opiniões, havendo uma maior relação de proximidade. Mas existem desvantagens neste processo de comunicação, devido a rapidez de resposta não há uma reflexão no que é escrito ou dito. No caso de serem vários utilizadores ao mesmo tempo a troca de informação acaba por tornar-se caótica, os utilizadores acabam por não conseguir responder a tudo. O facto de ter de existir a presença dos dois ao mesmo tempo na conversação torna muito difícil a gestão do tempo, porque cada um tem as suas rotinas.
Cada um destes serviços de comunicação têm as suas particularidades, mas o mais importante em Educação a Distância é que podem ser utilizados todos os serviços de acordo com o que é melhor para os utilizadores.

Referência Bibliografica:
GOMES, M. J. (2004). Serviços de Comunicação: Síncrona e Assíncrona.

Read Users' Comments (0)